Agressões eram feitas em chácara em Campinas
pertencente a Zé Sérgio, ex-jogador do São Paulo, que,
segundo a Polícia, não sabia de nada.
Por GLOBOESPORTE.COM Campinas, SP
Coreanos prestam depoimento na delegacia:
acusações graves (Foto: Reprodução / EPTV)
Um agenciador de atletas sul-coreano foi detido na tarde desta segunda-feira (27), em Campinas, acusado de agredir 21 jovens asiáticos – seis deles menores – que vieram ao país com a promessa de se tornarem jogadores de futebol. Os garotos relataram à polícia e ao Conselho Tutelar que apanhavam com tacos de beisebol e sinuca quando não tinham bom desempenho nos treinamentos. Eles pagavam US$ 2 mil por mês (cerca de R$ 4,1 mil) para treinar.
Os atletas eram mantidos em uma chácara na região do Aeroporto de Viracopos que pertence a Zé Sérgio, ex-jogador de São Paulo e Santos e atual técnico das categorias de base da Ponte Preta. Segundo a polícia, ele não tinha conhecimento das agressões, já que o local foi alugado ao agente sul-coreano há seis meses. O GLOBOESPORTE.COM tentou contato com o ex-jogador, mas não obteve êxito.
O técnico brasileiro que cuida dos atletas é quem fez a denúncia, na sexta-feira. Uma equipe da Polícia Militar chegou a ir ao local na ocasião, mas não constatou os maus-tratos. Nesta segunda-feira, porém, com a presença de conselheiros tutelares, os jovens confirmaram as agressões. Um deles mostrou uma foto para comprovar.
– O que eles nos contaram é que, por exemplo, se este agenciador corresse do alojamento até o campo, quem chegasse atrás dele apanhava. Eram agressões rotineiras. Aparentemente ele executava as agressões sozinho, não tem nada a ver com o técnico brasileiro ou o dono da chácara. Ele fazia isso escondido – disse o capitão da Polícia Militar Fernando Fagionato.
Todos os atletas arão por exame de corpo de delito. Eles foram encaminhados à Delegacia em Defesa da Mulher (DDM) e devem prestar depoimento nesta semana. O agente sul-coreano e Zé Sérgio também serão ouvidos.
A polícia ainda fará um levantamento para saber se os jovens estão legalmente no Brasil. Não há uma definição para onde os atletas serão encaminhados. A tutora dos jogadores, que é esposa do agenciador, negou que eles sofressem agressões.
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