Mesmo com chuva, cerca de 18 mil pessoas participaram do protesto.
Conflito iniciou na Avenida Ipiranga, próximo à esquina da Erico Veríssimo.
Felipe Truda
Do G1 RS
Polícia usa bomba de gás contra manifestantes
(Foto: Adriana Franciosi /Ag. RBS/Folhapress)
Depois de um início pacífico de caminhada que reuniu entre 18 mil e 20 mil pessoas, um grupo entrou em confronto com a Brigada Militar depois das 20h na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Perto da Avenida Erico Verissimo, policiais jogaram bombas de efeito moral e atiraram com balas de borrachas nos participantes que avançavam em direção a eles. Houve conflito dos dois lados da rua e fumaça devido ao gás lacrimogêneo, como mostra o vídeo.Por volta das 23h30, manifestantes se dispersaram pela cidade.
Cerca de 20 pessoas foram presas e 15 ficaram feridas, de acordo com a BM. Os detidos permaneceram nos locais de confronto durante o protesto e depois foram levados para uma área judiciária integrada criada para esta noite. No local, trabalham Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias, BM, Samu, Corregedoria do estado, além de um juiz.
Às 23h, a área próxima ao Mercado Público foi cercada pelos policiais. Os manifestantes deixaram então a área da prefeitura e se encaminhando para a Avenida Júlio de Castilhos.
Às 22h35, manifestantes jogavam pedras e bombas contra o batalhão da Brigada Militar na Rua José Montaury, no Centro da capital. A BM revidou a violência com bombas de efeito moral, e a situação voltou a ficar tensa. Pouco antes, na Esquina Democrática (no cruzamento da Avenida Borges de Medeiros com a Rua dos Andradas), lojas tiveram fachadas depredadas, e manifestantes invadiram pelo menos uma delas.

Pelo menos 11 agências bancárias foram depredadas por manifestantes durante o protesto desta segunda-feira (20), na região central de Porto Alegre. Na Avenida Borges de Medeiros, um grupo quebrou uma agência do Itaú por volta das 22h40 e chegou a colocar fogo na parte interna. Um bombeiro usou um extintor para apagar as chamas no local. Após apagar o fogo, o bombeiro se aproximou do grupo e pediu o fim dos ataques. Depois das 23h, outro Itaú foi atacado, já na Avenida Salgado Filho. Os bombeiros também foram chamados.
Mais cedo, após confronto com a polícia na Avenida Ipiranga, um grupo avançou em direção a uma agência do Banrisul com paus e pedras. Os vândalos danificaram a fachada e invadiram o banco (confira nas imagens ao lado).
Às 21h45, policiais já haviam feito cordões de isolamento no Centro, impedindo o o ao Palácio Piratini. Alguns manifestantes se dirigiram ao local. A Brigada Militar também protege o prédio da Prefeitura.
Pouco antes das 21h30, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) avançou contra os manifestantes nas avenidas Azenha e João Pessoa. A cavalaria foi utilizada, e houve correria.

Pouco antes das 21h, um grupo de manifestantes jogava pedras contra o Shopping João Pessoa, na avenida de mesmo nome. Como há uma obra próximo ao centro comercial, algumas pessoas pegam material do local para usar como arma. Com a fumaça, houve correria. Boa parte dos manifestantes se concentrou em uma praça em frente ao Colégio Júlio de Castilhos.
Houve uma ofensiva da Brigada Militar por volta das 20h50 na Avenida João Pessoa. Conforme os manifestantes avançavam, os policiais militares atiravam bombas de gás lacrimogêneo. Os disparos ocorreram também próximo a um posto de gasolina.
Algumas pessoas jogaram pedras nos policiais militares por volta das 20h30. Um manifestante furou o bloqueio e foi detido pela polícia. Com as bombas, a maioria das pessoas recua. Após correria e com o avança da BM, o confronto saiu da Avenida Ipiranga, e restaram poucas pessoas no local. Na Avenida Lima e Silva, os policiais tentaram dispersar os manifestantes em direção ao centro jogando gás lacrimogêneo.

(Foto: Felipe Truda/G1)
Na Avenida Azenha, também às 20h30, manifestantes arrancaram tapumes que protegiam as vidraças de estabelecimentos comerciais danificadas no protesto de segunda-feira . A loja de motos Honda foi atacada. Houve também saques. Placas de sinalização foram arrancadas para serem usadas como arma.
O protesto desta quinta-feira estava marcado para as 18h, mas a concentração começou por volta das 17h. Manifestantes ocuparam o Paço Municipal e parte da Avenida Sete de Setembro. Os manifestantes estiveram divididos em três grandes grupos: um caminhava pela Avenida Júlio de Castilhos, outro pela Borges de Medeiros e um terceiro foi para a João Pessoa e se dirigiu à Avenida Ipiranga.

Defensoria acompanha manifestantes
Cerca de 15 defensores públicos percorrem a rota dos manifestantes em Porto Alegre para garantir a legalidade e o livre exercício da manifestação de opiniões, conforme informou a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. Eles foram identificados por coletes pretos. Mais seis defensores atuaram nos plantões das áreas judiciais e quatro permaneceram na sede da instituição, como núcleo de apoio.
Para orientar motoristas e pedestres entre a tarde e a noite, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) teve um efetivo com cerca de 200 agentes nas ruas, principalmente na área central da cidade. Segundo a assessoria de comunicação, 30 câmeras de monitoramento auxiliaram a acompanhar a movimentação e ajudam na segurança.
A previsão de manifestação motivou órgãos públicos a definirem novos horários de expediente. Lojas também puderam fechar as portas mais cedo, e efetivos de segurança foram reforçados entre a tarde e a noite.
O último protesto realizado na capital do Rio Grande do Sul reuniu cerca de 10 mil pessoas na segunda-feira (17). Na ocasião, o ato começou pacificamente e terminou com alguns registros de vandalismo.
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