Marcellus Madureira

Direto de Belo Horizonte

Morreu na manhã desta quinta-feira o garoto de 12 anos que foi baleado por um policial militar reformado durante um protesto em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, na segunda-feira (1). A morte cerebral foi confirmada pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e a família decidiu doar os órgãos.

O menino estava internado no Hospital de Pronto Socorro João XXIII desde a última segunda-feira. Segundo informações de testemunhas, o problema aconteceu durante protestos de moradores contra a prefeitura municipal da cidade metropolitana, onde populares colocavam fogo em sacolas de lixo nas ruas.

O policial não gostou da atitude e foi tirar satisfação. No momento da confusão ele ficou nervoso, sacou a arma e atirou. A única bala disparada atingiu a cabeça do adolescente.

O garoto foi rapidamente levado para o Pronto Atendimento do bairro São Benedito e, logo após, encaminhado para o João XXIII, no centro de Belo Horizonte, que tem mais estrutura para casos urgentes.

O Policial Vanderley Gomes, de 72 anos, foi preso e está no 1º batalhão da Polícia Militar. O revolver usado no crime foi apreendido.

Protestos criticam a Copa e pedem melhores condições de vida pelo País

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das agens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das agens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Especial para Terra

 

 

 

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