Protesto contra aumento das tarifas de ônibus invade SuperVia, no Rio

Ativistas e ageiros pularam catracas na Central do Brasil.
Manifestação é contra o reajuste das agens para R$ 3.

Manifestantes pulam roletas na Central do Brasil (Foto: Fabio Teixeira / Agencia O Globo)

Manifestantes e ageiros pularam roletas na Central do Brasil (Foto: Fabio Teixeira / Agencia O Globo)

Uma manifestação contra o aumento das agens de ônibus promoveu um pulo coletivo de catracas da Central do Brasil no início da noite desta quinta-feira (30). De acordo com o 5º BPM (Praça da Harmonia), 150 pessoas participavam do protesto. Centenas de ageiros acabaram também ando pelas roletas sem pagar, estimulados pelos ativistas. Até as 20h15, não houve confronto com a Polícia Militar, que se concentrou fora da estação, ou com seguranças da concessionária.

Os manifestantes entoavam gritos como “a SuperVia é a vergonha do Brasil” e “se a agem aumentar, o Rio vai parar”. A SuperVia informou que o protesto não influenciava na circulação dos trens até este horário. O o à estação também seguia de forma tranquila.

Com evidente sorriso, o venezuelano Henrique Gomez, 63 anos, observava à média distância os ageiros transpondo as catracas. “Sempre que um grupo se amotina é porque algo está errado. Então, é legítima a manifestação”, disse.

PMs do Batalhão de Choque se posicionaram próximos às roletas, mas até as 20h30 não interferiam na manifestação (Foto: Daniel Silveira / G1)

PMs do Batalhão de Choque se posicionaram
próximos às roletas, mas até as 20h30 não
interferiam na manifestação (Foto: Daniel
Silveira / G1)

Próximo das roletas, as amigas Ana Carla e Patricia pareciam receosas em aderir ao boicote. “Estou com medo porque, de certo modo, é errado fazer isso. Mas é mesmo um absurdo a agem nesse preço e a qualidade péssima desses trens”, declarou Ana.

Por volta das 20h15, com o movimento menor na Central do Brasil, ativistas se dividiram em cada uma das entradas do prédio para dizer aos usuários que o embarque era gratuito. Por sua vez, funcionários da SuperVia informavam que o funcionamento era normal. Algumas catracas estão fora de operação.

Reajuste
O valor da agem de ônibus no Rio vai aumentar em 8 de fevereiro, de R$ 2,75 para R$ 3. O reajuste de 9,09%, divulgado na noite desta quarta-feira (29) pela Prefeitura, será publicado na edição desta quinta do Diário Oficial.

Manifestantes pularam catracas da Supervia (Foto: Daniel Silveira/ G1)
Manifestantes pularam catracas da SuperVia
(Foto: Daniel Silveira/ G1)

O anúncio foi feito um dia após o Tribunal de Contas do Município (TCM) votar o relatório sobre o serviço prestado pelas empresas de ônibus no Rio. O TCM informou que não tem competência para decidir se pode ou não haver reajuste no preço das agens de ônibus e deixou a cargo da Prefeitura a decisão sobre o reajuste.

O decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes que estabelece o reajuste da tarifa determina uma série de adequações que deverão ser tomadas pela Secretaria Municipal de Transportes para fiscalizar o Serviço Público de Transporte de ageiros por Ônibus (SPPO). Entre as principais obrigações está a contratação de empresa de auditoria para fiscalizar as revisões tarifárias. O documento estabelece ainda, entre outras medidas, que a secretaria exija dos consórcios a adequação dos terminais de ageiros no prazo de até 180 dias e elabore, no prazo de 30 dias, plano determinando que, até 31 de dezembro de 2016, todos os ônibus sejam equipados com ar-condicionado.

‘Operação Pare o Aumento
Assim que foi anunciado o aumento na noite desta quarta-feira (29), ativistas começaram a mobilizar manifestantes nas redes sociais para um ato de protesto, previsto para 6 de fevereiro, dois dias antes de entrar em vigor o reajuste. A manifestação deverá acontecer na Candelária, Centro do Rio. “Se a agem aumentar, o Rio vai parar”, informa o cartaz publicado no Facebook.

Desde dezembro, quando Paes sinalizou que haveria aumento em 2014, manifestantes foram às ruas para dizer que não aceitariam qualquer aumento. O último ato ocorreu na noite de 18 de janeiro, quando um grupo interditou a Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. Em seguida, o protesto continuou na Central do Brasil, onde alguns ativistas também chegaram a pular as catracas.

‘Recuo após pressão popular
Em 1º de junho do ano ado a tarifa dos ônibus do Rio aumentou de R$ 2,75 para R$ 2,95. Após mobilização em outras capitais por causa do aumento da agem, houve protestos também no Rio e o reajuste de R$ 0,20 acabou suspenso pelo prefeito Eduardo Paes 18 dias depois.

No Rio, foram cinco grandes protestos em repúdio ao reajuste. Na primeira manifestação, cerca de 2 mil pessoas se reuniram no Centro do Rio. O ato, que começou pacífico, terminou em confronto com policiais militares. Um grupo mais radical ateou fogo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Os atos contra reajuste das tarifas do transporte público nas capitais começou em São Paulo. A situação influenciou manifestações no Rio e em outras capitais do país, que também acabaram recuando no reajuste das agens. Ao anunciar que a tarifa no Rio voltaria a R$ 2,75, Paes disse que a decisão foi tomada em conjunto com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. À época, o prefeito do Rio disse que a conversa entre os dois já vinha acontecendo havia algum tempo.

Eron "Batman" participou de ato contra aumento das agens (Foto: Daniel Silveira/ G1)
Eron Mello, o ‘Batman’, participou de ato contra aumento das agens (Foto: Daniel Silveira/ G1)

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