Brasileiro poupa menos e se endivida mais que a média da população mundial

Depender de crédito bancário para abrir um negócio torna a inciativa mais arriscada. Isso explica o número de pedidos de falência neste ano ter crescido 5,5% frente a 2014. Economista acredita que instabilidade econômica no país desestimula poupança.

Falta de prevenção para momentos de dificuldade econômica é motivo de vulnerabilidade | Foto: Imgkid width=

Falta de prevenção para momentos de dificuldade econômica é motivo de vulnerabilidade.

ECONOMIA Publicado hoje às 06:00

Sem o hábito de poupar, o brasileiro se endivida em épocas de crise como a atual. Dados do Banco Mundial  de 2014, revelam que, enquanto uma média de 36% da população do resto do mundo poupa dinheiro, no Brasil, apenas 21,1% têm esse comportamento. Já quando se trata de tomar empréstimo bancário, os brasileiros saem na frente com 11,9% ante 10,7% da média mundial. O fato de não se prevenir para enfrentar momentos de dificuldade econômica coloca a pessoa em situação de maior vulnerabilidade, avalia o economista Roberto Troster que coletou e analisou os dados do Banco Mundial.

Ex-economista chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Troster acredita que, além da instabilidade econômica do país, também desestimula a poupança nacional, termos como principal produto para investimento de massa a caderneta de poupança, que não tem defendido o valor do dinheiro depositado nem da inflação.

https://s3-us-west-2.amazonaws.com/fato/2015/11-novembro/

Arte: Hilal Khaled

O endividamento de 57,2 milhões de brasileiros – último número divulgado pela Serasa, se explica, segundo ele, em boa parte pela falta de proteção ao pequeno poupador. “As pessoas se orgulham mais de ter uma despensa cheia e de comprar um bem de valor do que de guardar dinheiro. Preferem um ativo real”, diz ele, destacando informações sobre o comportamento da população brasileira em relação à credito e poupança no mundo inteiro.

Sobressaem nos dados levantados pelo economista a baixa taxa de poupança voltada para a velhice, para empreendimentos e para emergências por parte de brasileiros.  No caso da poupança para a velhice, “um pé de meia” é hábito frequente entre asiáticos, observa Troster, no Brasil alcança apenas 3,6% da população com mais de 15 anos. No mundo, a média chega a 23,9%.

Fazer economia para iniciar um empreendimento também é raro no Brasil, alcançando 6,9%, a metade da média mundial, que é de 13,8%. O fato de depender de crédito bancário para abrir um negócio torna a inciativa mais arriscada e ajuda a explicar o número de 1.483 pedidos de falência neste ano, 5,5% maior do que no ano ado. Uma das motivações atribuídas pela Serasa, além da recessão econômica, é o aumento dos juros cobrados pelos bancos.

Tomar empréstimo junto a amigos e pessoas da família também não é frequente no país, ficando o percentual, de acordo com a pesquisa do Banco Mundial, em 5,9%, enquanto nos demais países o índice fica em média em 26,2%. Recorrer ao grupo e familiar, por aqui, só mesmo em casos de emergência, quando o índice vai a 58,9%, enquanto a média dos demais países é de 35%, por esse motivo.

https://s3-us-west-2.amazonaws.com/fato/2015/11-novembro/

Arte: Kilal Khaled

O Tesouro Direto, que nos últimos anos ou oferecer ganhos acima da inflação mesmo para pequenas quantias aplicadas, a partir de R$ 30, ainda não se popularizou. “Quem tem dinheiro é justamente quem vai para esse tipo de investimento ou para títulos que rendem  taxas de Certificados de Depósito Interbancários (CDI´S)”, diz Troster, acrescentando que essa é mais uma das razões de empobrecimento das pessoas e de concentração de riqueza nos picos de inflação.

Fonte: http://www.fatoonline.com.br/conteudo/12445/brasileiro-poupa-menos-e-se-endivida-mais-que-a-media-da-populacao-mundial?or=home&p=ds&i=0&v=0

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