Brasileiro corta supérfluos e se prepara para reduzir mais gastos

A combinação perversa entre desemprego e inflação tem dado uma sova no orçamento familiar. A crise se instalou na casa dos brasileiros e não há expectativa de quando voltará a ser apenas uma amarga lembrança. Quem se acostumou com as conquistas dos últimos anos, como consumir regularmente carne vermelha, usar o carro diariamente e assistir à tevê por , agora sofre para pagar as contas em dia. As mulheres que iam semanalmente ao salão de beleza, por exemplo, aram a fazer as unhas e a arrumar o cabelo sozinhas.

Desde janeiro, essa tem sido a realidade de Sandra Sena, 47 anos. Com a crise econômica, o escritório de advocacia no qual era auxiliar perdeu contratos e precisou dispensar empregados para reduzir despesas. O salário fixo de R$ 3,5 mil, com carteira assinada e recolhimento de contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), encolheu para uma renda média mensal de R$ 1 mil, que ela consegue, a muito custo, com a venda de pães de mel e doces caseiros.